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quarta-feira, 9 de março de 2016

Posse de bola ganha jogo?

Foto via steamcommunity.com
Posse de bola ganha jogo? Essa é uma questão atual, principalmente no futebol. A posse de bola é realmente determinante em uma partida? Esta é uma discussão que pode ser ampliada a outras modalidades que não definem em suas regras, tempo de posse de bola para cada equipe, como o rúgbi, futebol americano e futsal.

Podemos citar de maneira geral duas vertentes de treinadores, aqueles que buscam o maior controle da bola para evitarem ações do adversário e lentamente minar sua atenção na partida, possibilitando espaços a serem aproveitados por seus comandados, caso de Guardiola hoje no Bayern de Munique. Há também treinadores que não entendem como necessidade vital estar a maior parte do tempo com a bola em seu domínio. Desta maneira entendem que é crucial o que se faz quando está de posse da bola, não a quantidade de minutos dentro da partida que ficam com a "gorduchinha" nos pés, caso de Mourinho.

Contra gosto não há discussão. Sempre encontraremos adeptos do "tik taka" do Barcelona de Pep Guardiola. Outros serão entusiastas do "futebol selvagem" de Juergen Klopp e seu Borrussia finalista da Champions League de 2013 ou do atual time de Diego Simeone, o Atlético de Madrid extremamente eficiente contra os gigantes espanhóis.

Mas não se pode avaliar uma equipe ou destacar quem deveria ter ganho a partida friamente, através somente de estatísticas de porcentagem de posse de bola, este dado já se tornou um dos "11 titulares" das transmissões de televisão e posteriores análises dos jogos e muitas vezes usada como justificativa para determinar a melhor equipe do embate, é bem verdade que quem passa maior tempo com a bola nos pés, tem maiores possibilidades de criar oportunidades de gol e até consequentemente sofrer menos riscos defensivamente mas isso não significa que seja uma verdade irrefutável.

Foto: fcbarcelona.com.br
Ao lado temos um bom exemplo. Na 11ª rodada da Liga espanhola (La Liga) da temporada 2014/15 no ranking de posse de bola das equipes tínhamos por ordem, Barcelona, Real, Rayo, Celta, Real Sociedad, Athletic, Atlético de Madrid e Valência como as principais equipes, todas acima de 50% em média por partida. Mas essa posse de bola, não se refletia na tabela. O Barcelona era 2º, Real o 1º, Rayo  era apenas o 13º, Celta estava em 7º, Real Sociedad estava na zona de rebaixamento apesar de passar 53,5% de suas partidas de posse da bola (5º melhor na estatística), Athletic aparecia em 11º, o Atlético de Madrid estava em 4º a quatro pontos do líder Real Madrid e por último o Valência aparecia melhor classificado ainda como 3º, a três pontos da liderança.

O que estas estatísticas querem dizer? Nada, não necessariamente a equipe de mais posse ganhará a partida. E é essa volatilidade, imprevisibilidade que torna o futebol apaixonante, cada esporte tem sua carga de paixão, a do futebol é de não saber o que irá ocorrer, o time de menor investimento, menor qualidade técnica pode sair vencedor. São vários os fatores que podem influenciar o resultado de uma partida, não adianta ficar com a bola 80 minutos no pé e não conseguir sequer finalizar ao gol, se a equipe adversária em uma esticada à frente acertar o gol, sairá vencedora. O objetivo maior do futebol é o gol, vence quem marca mais gols e não quem ficar mais com a bola nos pés, são apenas numerários.

As vezes se tem a impressão que estão tentando tornar a posse de bola mais importante que o gol mas por enquanto, o gol ainda vale mais do que a porcentagem de posse no final do jogo. Dentro de campo 11 contra 11, nem sempre números, nomes, salários, investimentos, estrutura ou ambiente decidem os jogos, diversos outros fatores particulares a cada partida são preponderantes. Não significa que seja irrelevante principalmente no Brasil a necessidade de estruturação e total profissionalização do futebol, pois assim os espetáculos podem melhorar, a qualidade técnica pode melhorar, os clubes podem segurar por mais tempos suas jóias e assim a paixão por futebol se manter acesa.

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Referência
  • ogol.com.br

     

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